segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

ESTOU DE VOLTA !!! MUITO MAIS LETAL . . . FALAREI A VERDADE OCULTA DO POVO QUE, MANIPULADO POR UMA MIDIA DE CABRESTO, VIVE ACHANDO QUE GAMBA É COELHO E QUE ANÃO É GIGANTE !!!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Lição do Rato


Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote.

Pensou logo no tipo de comida que haveria ali.

Ao descobrir que era ratoeira ficou aterrorizado.

Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:

- Há ratoeira na casa, ratoeira na casa !!

A galinha:

- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.

O rato foi até o porco e:

- Há ratoeira na casa, ratoeira !

- Desculpe-me Sr. Rato, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar.. Fique tranqüilo que o Sr. será lembrado nas minhas orações.

O rato dirigiu-se à vaca e:

- Há ratoeira na casa,

- O que ? Ratoeira ? Por acaso estou em perigo? Acho que não!

Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira.

Naquela noite, ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego. No escuro, ela não percebeu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher...

O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital.

Ela voltou com febre.

Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha.

O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar
o ingrediente principal.

Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la.

Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.

A mulher não melhorou e acabou morrendo.

Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo.

Moral da História:


Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre risco.

O problema de um, é problema de todos!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Nada de cane, étimo italiano cão, e nada do desprezível aglia. Nenhum cão branco, preto, marrom, creme, amarelo, cinza. Nada de canino canalha. Canalha é negócio dos homens. Fora o homem, nenhum animal se escolheu canalha. Canalha é produto próprio da parte desprezível da cultura humana. Ser canalha, se tomar canalha, se preservar canalha, se atender canalha. Atitude do homem desprezível.

O filósofo Nietzsche diria que o canalha é uma degeneração do instinto humano. Uma aberração. Marx diria que o canalha é um corpo patológico do capitalismo que corrói o organismo social produtivo não-alienado. Em qualquer percepção e concepção, o canalha é nocivo à vida democrática. Mas eis a ironia: é exatamente na vida democrática que ele quer prosperar. Ele não existe se não for corroendo os princípios éticos constitutivos da produção democrática. Parece paradoxal, mas não é. Por ser uma mórbida manifestação social, o canalha, em sua pulsão patológica, só vê campo para agir onde a liberdade constitutiva se expressa, como ocorre na democracia. Porque ele é uma impotência ontológica. Ele, como uma degeneração, não tem potência ontológica capaz de o colocar em entrelaçamento constitutivo com as comunalidades para produzir o Bem-Comum. Pelo contrário, ele age para se apossar do Bem-Comum, já que, impotente, seu entendimento de potência ocorre no ato em que ele se apossa do que lhe é alheio, visto não produzir em si corpos morais. Daí ser um corpo pustulento, viscoso, aversivo, asqueroso, vil, bilioso, arrogante, prepotente, habilidoso, libidinoso. Só não é hipócrita. O hipócrita é aquele que representa um personagem para conseguir o que almeja por mais ignóbil que seja. O canalha não representa, ele é o que é. Ele não tem duplo.

O filósofo Sartre o chama de uma consciência malograda. Um modelo burguês. Uma existência que se mostra sempre em Má-Fé, em subterfúgio, atalhos, fugas. Porque ele se escolheu um covarde, um cabotino. Sua grande estratégia é tramar, trapacear, calcular, usurpar. Tudo impulsionado pelo medo da liberdade ontológica e da responsabilidade histórica que todos homens engajados devem propugnar.

PORQUE OS CANALHAS NÃO ENVELHECEM

Se tivéssemos que situar a origem do canalha em um complexo genético social-patológico, diríamos que ele é um resistente vírus histórico com grande força deletéria aos anti-corpos da democracia. E uma grande força de propagação virulenta. Foi por isso que o douto autor da frase “Os canalhas também envelhecem” construiu uma enunciação ilógica. Ele não o colocou no contexto genético social-patológico-histórico-familial. O canalha não envelhece, porque ele é um vírus com grande força de propagação ao ponto de produzir uma pandemia histórica, já que é uma manifestação teratológica.

Embora o filósofo Baudrillard, em seus estudos dos clones sociais não o tenha inserido, o canalha é um caso de replicância vil da humanidade. O primeiro serial-clone. Ele sempre esteve em toda as sociedades. Em todas as classes da sociedade – profissional, artística, religiosa, esportiva, econômica, legislativa, judiciária, executiva. Assim como um telespectador acéfalo, como o do BBB, ele facilmente se multiplica, visto que há sempre, na cultura voraz da canalhice, um terreno fértil para sua replicância. E, nessa condição de clonagênese, ele não pode nunca envelhecer.

Digamos que uma família de canalhas vai matricular seu filho em uma escola. Que escola ela escolhe? Aquela que segregar melhor canalhice. Digamos que o pai seja um canalha bem estabelecido, é claro que ele vai estimular o filho para que o filho seja um bem estabelecido canalha como ele, porque a lógica do canalha é se dar bem de qualquer jeito. Na realização do casamento, canalha casa com canalha. Por isso, vemos canalhas saltitando em todos os territórios sociais. Pais canalhas tendem sempre conduzir seu filhos para o território da canalhice. Quando um pai canalha vê um político canalha eleito, ele vibra de contentamento, imaginando a proximidade de seu filho com o canalha demagogo.

Das muitas qualidades nocivas de um canalha, uma que solta aos sentidos e à razão é que ele não tem amigo. Ele tem cúmplices. Digamos que ele esteja comemorando suas bodas de prata – pode ser de ouro, de diamante, até de petróleo – e sua casa se encontre cheia: juízes, desembargadores, empresários, gatinhas, gatinhos, políticos, religiosos, artistas. Só “amigos”? Não, só cúmplices. O amigo conduz o amor e a confiança, o canalha é um compulsivo desconfiado, e um triste mal-amado. Não confia em ninguém, e não ama ninguém. Só “confia” e “ama” o produto de sua degeneração.

Em todas suas relações – diante de Deus, na igreja, no tribunal, no aniversário de um ente familiar, em um velório -, quem primeiro dá as caras é sua canalhice. Se em uma dessas convenções ele chora, é somente uma reação fisiológica, as lágrimas não expressão um entrelaçamento afetivo com o sujeito ao qual ele se dirige. Como não compõe comunalidade, o outro é uma abstração. Nisso, a solidariedade surge como um vazio significante sem sentido social e humano. Por isso, como diz o teatrólogo alemão Brecht, para ele “a humanidade é uma exceção”. Quando acontece uma catástrofe e ele for um canalha público, sua manifestação é meramente material, e muito bem propagada para ele ser tomado como um bom cristão. Como estão “solidários” muitos no Haiti! A canalha da política internacional.

A existência real e a fictícia está repleta de ilustres canalhas. Historicamente, Herodes, Stalin, Hitler e muitos tantos. Na ficção, um só basta. Iago, personagem da peça Othelo, de Shakespeare. Porque a canalhice é uma subjetividade da dor – alguns chamam ideologia -, ela arrola todos que carregam os mesmos signos do ódio contra a Vida. É por isso que o canalha é medroso, e é por isso que em seus atos de se apossar do dinheiro público (erradamente chamado de corrupto, já que o canalha é o vírus mater: não haveria corrupto sem o canalha), ele faz tudo para se mostrar um cidadão acima de qualquer suspeita. Ele tem pavor da Justiça da mesma forma que tem pavor de adoecer. Ele se mostra prepotente, arrogante, seguro, mas quando desconfia que está doente cai de quatro no fundo do desespero com medo de morrer. Mas é compreensível porque ele tem medo de morrer. Ele tem medo da vida. O que sustenta toda sua canalhice é esse medo de existir.

Mas o canalha é um estúpido pervertido. Ele não entende que sua canalhice revigora sempre sua atitude torpe, sua força mantenedora. Se, como diz o poeta, a velhice é um flerte com a morte, ele nunca irá flertar com a doce e querida dama. Visto que sua lógica canalha, traçada nos sucedâneos da infância, adolescência, juventude e existência adulta canalha, impede que envelheça. O que lhe faz, em uma sociedade antidemocrática, ser imortal.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Oração aos moços
[...]


Estou-vos abrindo o livro da minha vida. Se me não quiserdes aceitar como expressão fiel da realidade esta versão rigorosa de uma das suas páginas, com que mais me consolo, recebei-a, ao menos, como ato de fé, ou como conselho de pai a filhos, quando não como o testamento de uma carreira, que poderá ter discrepado, muitas vezes, do bem, mas sempre o evangelizou com entusiasmo, o procurou com fervor, e o adorou com sinceridade.

Desde que o tempo começou, lento lento, a me decantar o espírito do sedimento das paixões, com que o verdor dos anos e o amargor das lutas o enturbavam, entrando eu a considerar com filosofia nas leis da natureza humana, fui sentindo quanto esta necessita da contradição, como a lima dos sofrimentos a melhora, a que ponto o acerbo das provações a expurga, a tempera, a nobilita, a regenera. Então vim a perceber vivamente que imensa dívida cada criatura da nossa espécie deve aos seus inimigos e desfortunas. Por mais desagrestes que sejam os contratempos da sorte e as maldades dos homens, raro nos causam mal tamanho, que nos façam ainda maior bem. Ai de nós, se esta purificação gradual, que nos deparam as vicissitudes cruéis da existência, não encontrasse a colaboração providencial da fortuna adversa e dos nossos desafetos. Ninguém mete em conta o serviço contínuo, de que lhes está em obrigação.

Diríeis, até, que, mandando-nos amar aos nossos inimigos, em boa parte nos quis o divino legislador entremostrar o muito de que eles nos são credores. A caridade com os que nos malquerem, e os que nos malfazem, não é, em bem larga escala, senão pago dos benefícios, que, mal a seu grado, mas muito deveras, eles nos granjeiam.

Destarte, não equivocaremos a aparência com a realidade, se, nos dissabores que malquerentes e malfazentes nos propinam, discernirmos a quota de lucro, com que eles, não levando em tal o sentido, quase sempre nos favorecem. Quanto é pela minha parte, o melhor do que sou, bem assim o melhor do que me acontece, freqüentemente acaba o tempo convencendo-me de que não me vem das doçuras da fortuna propícia, ou da verdadeira amizade, senão sim que o devo, principalmente, às maquinações dos malévolos e às contradições da sorte madrasta. Que seria, hoje, de mim, se o veto dos meus adversários, sistemático e pertinaz, me não houvesse poupado aos tremendos riscos dessas alturas, "alturas de Satanás", como as de que fala o Apocalipse, em que tantos se têm perdido, mas a que tantas vezes me tem tendo exalçar o voto dos meus amigos? Amigos e inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem o mal.

Não poucas vezes, pois, razão é lastimar o zelo dos amigos, e agradecer a malevolência dos opositores. Estes nos salvam, quando aqueles nos extraviam. De sorte que, no perdoar aos inimigos, muita vez não vai somente caridade cristã, senão também justiça ordinária e reconhecimento humano. E, ainda quando, aos olhos do mundo, como aos do nosso juízo descaminhado, tenham logrado a nossa desgraça, bem pode ser que, aos olhos da filosofia, aos da crença e aos da verdade suprema, não nos hajam contribuído senão para a felicidade.

Este, senhores, será um saber vulgar, um saber rasteiro, um saber só de experiência feito.Não é o saber da ciência, que se libra acima das nuvens, e alteia o vôo soberbo, além das regiões siderais, até aos páramos indevassáveis do infinito. Mas, ainda assim, este saber fácil mereceu a Camões o ter a sua legenda insculpida em versos imortais; quanto mais a nós outros, "bichos da terra tão pequenos", a ninharia de ocupar divagações, como estas, de um dia, folhas de árvore morta, que, talvez, não vinguem ao de amanhã.

Da ciência estamos aqui numa catedral. Não cabia em um velho catecúmeno vir ensinar a religião aos seus bispos e pontífices, nem aos que agora nela recebem as ordens do seu sacerdócio. E hoje é féria, ensejo para tréguas ao trabalho ordinário, quase dia santo. Labutastes, a semana toda, o vosso curso de cinco anos, com teorias, hipóteses e sistemas, com princípios, teses e demonstrações, com leis, códigos e jurisprudências, com expositores, intérpretes e escolas. Chegou o momento de vos assentardes, mão por mão, com os vossos sentimentos, de vos pordes à fala com a vossa consciência, de praticardes familiarmente com os vossos afetos, esperanças e propósitos.

[...]

Estudante sou. Nada mais. Mau sabedor, fraco jurista, mesquinho advogado, pouco mais sei do que saber estudar, saber como se estuda, e saber que tenho estudado. Nem isso mesmo sei se saberei bem. Mas, do que tenho logrado saber, o melhor devo às manhãs e madrugadas. Muitas lendas se têm inventado, por aí, sobre excessos da minha vida laboriosa. Deram, nos meus progressos intelectuais, larga parte ao uso em abuso do café e ao estímulo habitual dos pés mergulhados n'água fria. Contos de imaginadores. Refratário sou ao café. Nunca recorri a ele como a estimulante cerebral. Nem usa só vez na minha vida busquei num pedilúvio o espantalho do sono.

Ao que devo, sim, o mais dos frutos do meu trabalho, a relativa exabundância de sua fertilidade, a parte produtiva e durável da sua safra, é às minhas madrugadas. Menino ainda, assim que entrei ao colégio, alvidrei eu mesmo a conveniência desse costume, e daí avante o observei, sem cessar, toda a vida. Eduquei nele o meu cérebro, a ponto de espertar exatamente à hora, que comigo mesmo assentava, ao dormir. Sucedia, muito amiúde, encetar eu a minha solitária banca de estudo à uma ou às duas da antemanhã. Muitas vezes me mandava meu pai volver ao leito; e eu fazia apenas que lhe obedecia, tornando, logo após, àquelas amadas lucubrações, as de que me lembro com saudade mais deleitosa e entranhável.

Tenho, ainda hoje, convicção de que nessa observância persistente está o segredo feliz, não só das minhas primeiras vitórias no trabalho, mas de quantas vantagens alcancei jamais levar aos meus concorrentes, em todo o andar dos anos, até à velhice. Muito há que já não subtraio tanto às horas da cama, para acrescentar às do estudo. Mas o sistema ainda perdura, bem que largamente cerceado nas antigas imoderações. Até agora, nunca o sol deu comigo deitado e, ainda hoje, um dos meus raros e modestos desvanecimentos é o de ser grande madrugador, madrugador impenitente.

Mas, senhores, os que madrugam no ler, convém madrugarem também no pensar. Vulgar é o ler, raro o refletir. O saber não está na ciência alheia, que se absorve, mas, principalmente, nas idéias próprias, que se geram dos conhecimentos absorvidos, mediante a transmutação, por que passam, no espírito que os assimila. Um sabedor não é armário de sabedoria armazenada, mas transformador reflexivo de aquisições digeridas.

Já se vê quanto vai do saber aparente ao saber real. O saber de aparência crê e ostenta saber tudo. O saber de realidade, quanto mais real, mais desconfia, assim do que vai apreendendo, como do que elabora.

Haveis de conhecer, como eu conheço, países, onde quanto menos ciência se apurar, mais sábios florescem. Há, sim, dessas regiões por este mundo além. Um homem (nessas terras de promissão) que nunca se mostrou lido ou sabido em coisa nenhuma, tido e havido é por corrente e moente no que quer que seja; porque assim o aclamam as trombetas da política, do elogio mútuo, ou dos corrilhos pessoais, e o povo subscreve a néscia atoarda. Financeiro, administrador, estadista, Chefe de Estado, ou qualquer outro lugar de ingente situação e assustadoras responsabilidades, é, a pedir de boca, o que se diz mão de pronto desempenho, fórmula viva a quaisquer dificuldades, chave de todos os enigmas.

[...]

Ponho exemplo, senhores. Nada se leva em menos conta, na judicatura, a uma boa-fé de ofício que o vezo de tardança nos despachos e sentenças. Os códigos se cansam debalde em o punir. Mas a geral habitualidade e a conivência geral o entretêm, inocentam e universalizam. Destarte se incrementa e desmanda ele em proporções incalculáveis, chegando as causas a contar a idade por lustros, ou décadas, em vez de anos.

Mas justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta. Porque a dilação ilegal nas mãos do julgador contraria o direito das partes, e, assim, as lesa no patrimônio, honra e liberdade. Os juízes tardinheiros são culpados, que a lassidão comum vai tolerando. Mas sua culpa tresdobra com a terrível agravante de que o lesado não tem meio de reagir contra o delinqüente poderoso, em cujas mãos jaz a sorte do litígio pendenteNas sejais, pois, dessas magistrados, nas mãos de quem os autos penam como as almas do purgatório, ou arrastam sonos esquecidos como as preguiças do mato.

Não vos pareçais com esses outros juízes, que, com tabuleta de escrupulosos, imaginam em risco a sua boa fama, se não evitarem o contato dos pleiteantes, recebendo-os com má sombra, em lugar de os ouvir a todos com desprevenção, doçura e serenidade.

Não imiteis os que, em se lhes oferecendo o mais leve pretexto, a si mesmos põem suspeições rebuscadas, para esquivar responsabilidades, que seria do seu dever arrostar sem quebra de ânimo ou de confiança no prestígio dos seus cargos.

Não sigais os que argumentam com o grave das acusações, para se armarem de suspeita e execração contra os acusados; como se, pelo contrário, quanto mais odiosa a acusação, não houvesse o juiz de se precaver mais contra os acusadores, e menos perder de vista a presunção de inocência, comum a todos os réus, enquanto não liquidada a prova e reconhecido o delito.

Não acompanheis os que, no pretório, ou no júri, se convertem de julgadores em verdugos, torturando o réu com severidades inoportunas, descabidas, ou indecentes; como se todos os acusados não tivessem direito à proteção dos seus juízes, e a lei processual, em todo o mundo civilizado, não houvesse por sagrado o homem, sobre quem recai acusação ainda inverificada.
Não estejais com os que agravam o rigor das leis, para se acreditar com o nome de austeros e ilibados. Porque não há nada menos nobre e aplausível que agenciar uma reputação malignamente obtida em prejuízo da verdadeira inteligência dos textos legais.Não julgueis por considerações de pessoas, ou pelas do valor das quantias litigadas, negando as somas, que se pleiteiam, em razão da sua grandeza, ou escolhendo, entre as partes na lide, segundo a situação social delas, seu poderio, opulência e conspicuidade. Porque quanto mais armados estão de tais armas os poderosos, mais inclinados é de recear que sejam à extorsão contra os menos ajudados da fortuna; e, por outro lado, quanto maiores são os valores demandados e maior, portanto, a lesão argüida, mais grave iniqüidade será negar a reparação, que se demanda.

Não vos mistureis com os togados, que contraíram a doença de achar sempre razão ao Estado, ao Governo, à Fazenda; por onde os condecora o povo com o título de "fazendeiros". Essa presunção de terem, de ordinário, razão contra o resto do mundo, nenhuma lei a reconhece à Fazenda, ao Governo, ou ao Estado.

Antes, se admissível fosse aí qualquer presunção, havia de ser em sentido contrário; pois essas entidades são as mais irresponsáveis, as que mais abundam em meios de corromper, as que exercem as perseguições, administrativas, políticas e policiais, as que, demitindo funcionários indemissíveis, rasgando contratos solenes, consumando lesões de toda a ordem (por não serem os perpetradores de tais atentados os que os pagam), acumulam, continuamente, sobre o tesouro público terríveis responsabilidades.


(Discurso na Faculdade de Direito de São Paulo, 1920. Editado em livro, 1921.)

sábado, 31 de julho de 2010


Brucia la luna n'cielu
e ju bruciu d'amuri.
Focu ca si consuma
comu lu me cori.

L'anima chianci,
addulurata,
non si da paci.
Ma cchi mala nuttata!

Lu tempu passa
ma non agghiorna.
Non c'e mai suli
s'idda non torna.

Brucia la terra mia
e abbrucia lu me cori.
Cchi siti d'acqua idda
e ju siti d'amuri.

Acu la cantu
la me canzuni
si no c'e nuddu
ca se affacia a lu barcuni.

Brucia la luna n'cielu

e ju bruciu d´amuri...

sábado, 24 de julho de 2010

Precisamos mudar essa realidade...


A Evolução da Educação:

Antigamente se ensinava e cobrava tabuada, caligrafia, redação, datilografia... Havia aulas de Educação Física, Moral e Cívica, Práticas Agrícolas, Práticas Industriais e cantava-se o Hino Nacional, hasteando a Bandeira Nacional antes de iniciar as aulas... Leiam o relato de uma Professora de Matemática: Semana passada, comprei um produto que custou R$ 15,80. Dei à balconista R$ 20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer. Tentei explicar que ela tinha que me dar 5,00 reais de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender.

Por que estou contando isso? Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que foi assim:
1. Ensino de matemática em 1950: Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?
2. Ensino de matemática em 1970: Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$ 80,00. Qual é o lucro?
3. Ensino de matemática em 1980: Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Qual é o lucro?
4. Ensino de matemática em 1990: Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro: ( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00
5. Ensino de matemática em 2000: Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. O lucro é de R$ 20,00. Está certo? ( )SIM ( ) NÃO
6. Ensino de matemática em 2009: Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00. ( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00
7. Em 2010 já está assim: Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00. (Se você é afro descendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social não precisa responder). ( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00

E se um moleque resolver pichar a sala de aula e a professora fizer com que ele pinte a sala novamente, os pais ficam enfurecidos pois a professora provocou traumas na criança. - Essa pergunta foi vencedora em um congresso sobre vida sustentável:

“Todo mundo está 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que se pensará' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"